Nossa Casa Comum


Há décadas começamos a ouvir um burburinho diferente e  preocupante no meio do mato, as  vezes  gritos assustadores. Uns malucos foram investigar e voltaram desesperados ao se  deparar com a sujeira e a destruição que o progresso da cidade estava deixando no campo, encontraram rios  poluídos, animais mortos, florestas devastadas e lixo, concluíram que o plano de crescimento econômico e geração de riqueza experimentados  e aprovados  na revolução industrial  estava errado e começaram a  espalhar o  pânico, se  organizaram, fizeram protestos, tentaram avisar, em 1972, na Conferência das Nações Unidas em Estocolmo defenderam o "Crescimento Zero", porque acreditavam que a exploração dos recursos naturais naquele ritmo era insustentável  e  o planeta não suportaria. Foram ignorados, mas não pararam de  lutar e progrediram, os  pactos, consensos, tratados e protocolos assinados durante esses anos representam uma grande  conquista. Hoje os gritos de protestos foram substituídos por complexos  relatórios com base científica, que  infelizmente provam que o planeta está no limite.
A consciência de  que o problema existe  e é grande, se deve sim ao trabalho dos ambientalista e cientistas,  mas também a rápida e devastadora mudança da  paisagem e da  nossa qualidade de vida, e claro das catástrofes ambientais. Hoje não  é preciso ser  maluco para  perceber que tem alguma coisa muito errada neste sistema.
Quantos Tietês temos pelo mundo? Mananciais inteiros contaminados; a  água  hoje tem preço; e o rio Danúbio inundando vilas inteiras com lama carregadas de  alumínio? Óleo derramado no golfo do México e nas  areias  da  Arábia Saudita;  tem uma ilha de  plástico no Oceano Pacífico;  quantas  inundações,  terremotos, tsunamis? Quanta gente às margens do desenvolvimento, sem comida, sem água, sem saúde, sobrevivendo das  migalhas do progresso?
 Antes  mesmo de conseguirmos entender a diferença entre crescimento e desenvolvimento, temos a urgente missão de  direcionar o mundo a um desenvolvimento sustentável, embora a grande maioria  não saiba bem oque isso significa.
O mercado já entendeu que o "verde" é bom negocio, e tenta pintar seus rótulos sem mudar a formula  do  produto,  seguindo a  mesma frenética necessidade de lucro.
A boa notícia é que o conceito de comunidade está ficando cada vez mais claro, quantos  logos com figuras  humanas de  mãos dadas envolta do globo podem ser encontradas na Internet e na mídia de um modo geral? Aos  poucos vamos percebendo que a qualidade da água  que bebemos na nossa  cidade  depende do sistema de tratamento de esgoto da  cidade vizinha,  porque partilhamos a mesma água, assim como o mesmo ar e claro, a mesma fonte de energia,  o Sol.
Formamos uma comunidade global colorida e diversificada e  partilhamos também a responsabilidade de manter a  harmonia e a vida neste magnífico planeta azul, nosso habitat, nossa  casa.



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